No lento passo de má-gica
o trágico assassinato
agora ocê vê
agora ocê vê mais não
A rosa de Hiroshima
laranja do Vietnam
O pacto de morte indio
A vida que tinha tem mais não
E quando a flor abortou
E a água do rio matou
E a chuva na pele doeu
E o sol não brilhou mais
E o céu foi uma cor só,
A mesma noite num dia:
foi tudo uma só estação
– silêncio e solidão
E os frutos daquele chão não nasceram mais
E os filhos daquela nação não nasceram mais
A morte da Amazônia
A morte do pantanal
A morte do Véio Chico
Beleza que tinha tem mais não
E aquela criança chorando
perdida no meio do lixo
O pacto de morte indio
A vida que vinha vem mais não