Cabeça que eu tenha sempre
para sempre lembrar (metutar)
memória que eu nunca perca
para nunca esquecer
que tudo começou a muito tempo
e há tenta coisa ainda pra fazer (claro)
e sem saber daquilo que é passado
o presente fica sempre mais difícil de se entender
e de repente toda a gang grita
e me convida pr’uma festa (modesta)
e cai numa gandaia vaia berra
desatina desembesta
eu brinco vendo um copo de aguardente
esquecido lá no canto (pro santo)
de alguém que algum dia nos sorria
após aquela batalha e no entanto
é hoje apenas uma das lembranças
é o brilho que realça as minhas danças
ferida que aquele que viveu a nossa etapa
vai levar por toda via
sempre é o vinho que alimenta
a necessária alegria
e em mim a alegria
é coisa muito mais que realizada
e quem sou eu pra dar conselhos
e cotar o pique da moçada (que nada)
e fico rindo com a boca bem cheia
de seus dentes (matutar/maturar)
memória que eu nunca perca
para nunca esquecer (viver)
que apenas sou uma pessoa
e que devo sempre estar presente
cantando repetindo renovando
e que o meu coração doido sente
- contato@gonzaguinha.com.br
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